"Por um momento nossas vidas e nossas almas se tocaram." Oscar Wilde

Pessoas queridas, eu evitei ao máximo postar a respeito do Japão, quem me conhece a mais tempo sabe que tenho uma ligação desde a adolescência com o povo japonês, inclusive aos meus 15 anos era para ter ido para la para trabalhar mas minha mãe não deixou, afinal eu era menor de idade, e ela não deixaria nem que eu fosse maior...rsrs
Meu primeiro namoradinho da época de menina foi um japonês, da familia Senzaki, meu primeiro emprego fixo  com 15 anos (comecei com 11 em uma loja de brinquedos, não era japones) foi em uma loja de roupas de uma familia japonesa, minha patroa chamava Yoko, a balconista que trabalhava comigo e era minha melhor amiga(era pq foi para o Japão, era com ela que eu iria...Tereza Teruko Obuti, infelizmente perdemos contato, saudade eterna de vc Tê ...) segundo emprego em uma boutique na Móoca e também uma patroa japonesa, a Cintia, a balconista da loja da Cintia tb era uma japonesa a Cristina, magérrima, linda namorava o ultraseven também um japonês engraçadérrimo...meu terceiro emprego em um posto de gasolina, e mais uma familia de japoneses...Sr Roberto...
Minha irmã , na mesma época que trabalhei na loja da Yoko , trabalhava em uma papelaria também de familia japonesa...
Aprendi muuuuuito com esse povo, delicado, respeitador, trabalhadorrrrrr, exigente, honesto, de costumes diferentes e apaixonantes, generosos numa intensidade que nunca encontrei nada igual...
Comi muitas algas com a esposa do seu Chico( eu nunca soube o nome dele de japonês mesmo, ele dizia que todo mundo ria quando ele falava, então queria só que o chamasse de seu Chico)
A esposa dele parecia uma bonequinha de quimôno...ela ia todas as tardes na loja, depois de sair de uma associação niponica que tinha dança de salão, danças típicas da cultura japonesa...ela devia ter na época uns 70 anos mais ou menos e não tirava o sorriso do rosto...me ensinou a pregar golas em blusas de lã eles tinham nos fundos da loja uma mini fábrica de blusas de lã...
Como fui feliz naquela lojinha de bairro com aquele povo de olhinhos puxados e sorriso tímido...
Acredito que muito dos meus costumes, da ética que tenho em minha vida, da seriedade em muitos assuntos vem dessa convivência que foi tão marcante para mim...
Sei que a tristeza é imensa ...sem fim...indescritível, mas aprendi com eles a rir das piores situações, a ser uma muralha por pior que fosse a dor, jamais esquecerei as músicas em japonês, as bonequinhas, ainda ouço 'conitiuá...' sempre que ela chegava toda sorridente com aqueles passinhos curtos...
E quando fechavamos a loja e nos despediamos com um Diá matá né....
Ohhhh saudade daquele tempo...
Não vou deixar tristeza nesse post, ao contrário, vou deixar esse video que é meu mais sincero voto de que esse povo tão querido que eu aprendi amar, se levante, redobre suas forças, acreditem no recomeço, quantas vezes ele vier e for necessário...assim eu aprendi, e que seja assim
Meu mais fraterno abraço, a maior troca de energias a toda colônia japonesa aqui no bairro da Liberdade em São Paulo, e a todos no Japão
Que minhas orações possam chegar até vocês
Diá matá né...